sábado, 19 de novembro de 2011

Lula, o câncer, o SUS e o Sírio




O Brasil de Nosso Guia está a 33 quilÿmetros da "perfeição no tratamento de saúde"



AS PESSOAS que estão reclamando porque Lula não foi tratar seu câncer no SUS dividem-se em dois grupos: um foi atrás da piada fácil, e ruim; o outro, movido a ódio, quer que ele se ferre. Na rede pública de saúde, em 1971, Lula perdeu a primeira mulher e um filho. Em 1998, o metalúrgico tornou-se candidato à Presidência da República e pegou pesado: "Eu não sei se o Fernando Henrique ou algum governador confiaria na saúde pública para se tratar". Nessa época acusava o governo de desossar o SUS, estimulando a migração para os planos privados. Quando Lula chegou ao Planalto, havia 31,2 milhões de brasileiros no mercado de planos particulares. Ao deixá-lo, essa clientela era de 45,6 milhões, e ele não tocava mais no assunto.
Em 2010, Lula inaugurou uma Unidade de Pronto Atendimento do SUS no Recife dizendo que "ela está tão bem localizada, tão bem estruturada, que dá até vontade de ficar doente para ser atendido". Horas depois, teve uma cris e de hipertensão e internou-se num hospital privado.
Lula percorreu todo o arco da malversação do debate da saúde pública. Foi de vítima a denunciante, passou da denúncia à marquetagem oficialista e acabou aninhado no Sírio-Libanês, um dos melhores e mais caros hospitais do país. Melhor para ele. (No andar do SUS, uma pessoa que teve dor de ouvido e sentiu algo esquisito na garganta leva uns 30 dias para ser examinada corretamente, outros 76, na média, para começar um tratamento quimioterápico, 113 dias se precisar de radioterapia. No andar de Lula, é possível chegar-se ao diagnóstico numa sexta e à químio, na segunda. A conta fica em algo como R$ 50 mil.)
Lula, Dilma Rousseff e José Alencar trataram seus tumores no Sírio. Lá, Dilma recebeu uma droga que não era oferecida à patuleia do SUS. Deve-se a ela a inclusão do rituximab na lista de medicamentos da saúde pública.
Os companheiros descobriram as virtudes da medicina privada, mas, em nove anos de poder, pouco fizeram pelos pacientes da rede pública. Melhoraram o acesso aos diagnósticos, mas os tratamentos continuam arruinados. Fora isso, alteraram o nome do Instituto Nacional do Câncer, acrescentando-lhe uma homenagem a José Alencar, que lá nunca pÿs os pés. Depois de oito anos: 1 em cada 5 pacientes de câncer dos planos de saúde era mandado para a rede pública. Já o tucanato, tendo criado em São Paulo um centro de excelência, o Instituto do Câncer Octavio Frias de Oliveira, por pouco não entregou 25% dos seus leitos à privataria. (A iniciativa, do governador Geraldo Alckmin, foi derrubada pelo Judiciário paulista.)
A luta de José Alencar contra "o insidioso mal" serviu para retirar o estigma da doença. Se o câncer de Lula servir para responsabilizar burocratas que compram mamógrafos e não os desencaixotam (as comissões vêm por fora) e médicos que não comparecem ao local de trabalho, as filas do SUS poderão diminu ir. Poderá servir também para acabar com a política de duplas portas, pelas quais os clientes de planos privados têm atendimento expedito nos hospitais públicos.
Lula soube cuidar de si. Delirou ao tratar da saúde dos outros quando, em 2006, disse que "o Brasil não está longe de atingir a perfeição no tratamento de saúde". Está precisamente a 33 quilÿmetros, a distância entre seu apartamento de São Bernardo e o Sírio. 

O Rutilo goiano: a busca frenética

Titânio - Um material fantástico

História 

O titânio não ocorre de forma livre e pura na natureza. O fantástico metal foi descoberto em 1791, na sua forma de óxido, pelo inglês William Gregor. 
Gregor nasceu em Cornualha onde se interessou pela química. Graduou-se na Faculdade de St John (Cambridge) em 1784. Posteriormente, transferiu-se para Diptford em Devon. Após uma breve permanência em Bratton Clovelly transferiu-se permanentemente para a reitoria de Cornwall. Ali iniciou uma análise química notavelmente exata dos minerais de pegmatita (denominado de "Cornish Stone", na Europa). De um mineral local, uma forma de ilmenita do "Vale Menaccan", isolou o "metalmenaccanita" (primeiro nome do titânio) em homenagem ao nome do Vale. Em 1795 Martin Heinrich Klaproth descobriu um novo metal (TITANIUM) no mineral rutilo, demonstrando ser o mesmo elemento econtrado por Gregor. Gregor encontrou mais tarde o mesmo metal numCorindon do Tibete, e numa turmalina de uma mina local de estanho (famosos óxidos de titânio combinado aos elementos minerais).
Cristais de rutilo, a forma mais comum
de dióxido de titânio encontrada na natureza
(foto: Fersman Mineralogical Museum/Russian Academy of Science).

O Titânio permaneceu desconhecido até a década de 1920, quando sua extração, a partir de seu óxido na forma comum passou a ser refinado, mas sua utilização e a exaltação de suas propriedades, bem como sua utilização só tiveram projeção como material em aplicação bélica introduzido a partir da guerra-fria e pela corrida espacial. Começando na década de 1950 o titânio tornou-se uma matéria prima essencial na guerra tecnológica. A escolha do material foi baseada em suas característica extraordinárias: extremamente duro, cerca de 3 vezes mais se comparado ao aço, 42% mais leve, quimicamente inerte, resistente a altas temperaturas e condições enérgicas e baixo condutor térmico. Era utilizado na fabricação de mísseis, submarinos, ligas de armas de fogo, satélites, aviões e até mesmo no famoso Concord (Aeronave francesa muito famosa).

Disponibilidade 

Embora seja o quarto material mais comum após o alumínio, o ferro e o magnésio, o óxido de titânio é o segundo elemento encontrado na natureza em dureza, atrás somente do diamante. É
 o nono elemento mais abundante da terra e destaca-se por ter um processo de extração e separação extremamente difícil.

Nos anos 1950 os custos do material eram altíssimos devido a complexidade de extração e processos, atualmente, após a política desarmamentista e novas tecnologias de extração e beneficiamento tronou-se pouco mais disponível. Os japoneses nos anos de 1970 foram pioneiros na sua utilização para elaboração de vidros utilizados nas contruções de arrancha-céus devido a sua baixa taxa de expanção térmica junto ao vidro.


Um marco na intensificação desse elemento, sua fama e prestígio ocorreu em 1997, com a inauguração de uma maravilha arquitetônica: O Museu Guggenheim (Guggenheim Museum.pdf), em Bilbao, Espanha pela geniosidade do arquiteto Frank Gehry. Toda estrutura externa do museu foi revestida por chapas de titânio. Em seguida o material ganhou notoriedade quando aplicado na Tocha Olímpica dos Jogos de 1997 de Nagano, japão. Status de material tecnológico.

2 comentários:


igor disse...
Opa! O que eu fico mais impressionado é que nós ingerimos dióxido de titânio em vários alimentos industrializados, por exemplo nos sucos em pó cligth e tang. Me parece que a utilização nesses casos é como corante... abraço! igor
Prof. Paulo Miranda disse...
Isso Mesmo Igor! Mas não fique tão impressionado assim não! O Titânio não traz problemas à nossa saúde, assim como outros óxidos de matais. Também denominado titânia, é um sólido cristalino branco, de estrutura tetragonal, insolúvel em água, não tóxico e quimicamente bastante estável.Algumas aplicações: a mais importante é como pigmento, para dar cor branca e opacidade a tintas, esmaltes, plásticos, papéis, fibras, alimentos, cosméticos. É o pigmento branco mais usado. Também como material fotossensível em células fotovoltaicas. A resistividade varia com o teor de oxigênio da atmosfera e, por isso, pode ser usado em censores de oxigênio. De forma impura, é encontrado no mineral rutílio. Também produzido a partir do mineral ilmenita (titanato ferroso, TiFeO3).